quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Touro Indomável - Robert De Niro dando a melhor atuação masculina do cinema

Touro Indomável - "Crítica"

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   Alerta: Isso não vai ser bem uma crítica, 90% do texto vai ser só sobre a atuação do Robert De Niro.
   Há mais ou menos um ano atrás eu assisti um vídeo do meu crítico favorito, Tiago Belotti, que apontava as melhores atuações masculinas do cinema. Não por acaso Robert De Niro estava em primeiro lugar com "Touro Indomável", então eu fiquei curioso para saber o que causou aqueles intermináveis elogios pela sua performance. Ao procurar se o filme estava disponível na Netflix,  me deparei com a informação de que o mesmo tinha saído do catálogo na semana anterior. Muito tempo se passou após aquela frustração de não poder ter assistido o filme conforme a legislação (como eu disse, mais ou menos um ano) e há um tempo atrás (porque esse texto vai provavelmente sair duas semanas depois de eu ter assistido) eu assisti ele num "site paralelo" e eu devo dizer uma coisa: O que o Tiago falou é pouco pra descrever a atuação de De Niro.
   Touro Indomável, filme de 1980 dirigido por Martin Scorcese conta a trágica história do ex-pugilista Jake La Motta, um marido abusivo que não tem nenhum controle emocional e muitos problemas com a máfia do Brooklyn, o que o impede de se tornar o melhor de todos os tempos apesar de ser um grande lutador (isso não é spoiler porque ainda no primeiro ato mostra ele envelhecido e aposentado como um homem já meio infeliz, o que faz a gente deduzir isso. Novamente dizendo, aqui Robert De Niro apresenta não só a melhor performance de sua carreira, mas a melhor interpretação masculina da história do cinema. Tanto é que acaba sendo engraçado e meio embaraçoso quando o Joe Pesci (inclusive ele é o que mais se aproxima dos pés de De Niro no longa) ou a Cathy Moriarty tentam se equiparar a ele ou até roubar a cena, porque isso acaba sendo impossível.
   Recentemente eu tinha dito pra alguém que o personagem neonazista do Edward Norton no American History X é o personagem mais desenvolvido de toda a história do cinema. Inclusive, eu nem sei porque o Roberto Benigni venceu o Oscar daquele ano, ok, ele tava ótimo no A Vida É Bela, mas "Buongiorno Principessa" não é nada comparado a "I said put your mouth on the curb!" (eu passei mal vendo essa cena), mas eu me equivoquei. Derek Vyniard é o segundo personagem mais desenvolvido e multi-facetado do cinema. Jake La Motta é o número 1, principalmente pelos sentimentos que ele te passa. Ele vai de cuzão pra alguém que você torce pra um cara engraçado pra alguém que você se sente bem ao saber que ele está sendo derrotado no seu auge. Tudo isso em duas horas. O maior exemplo disso é a cena do "D'you fuck my wife?" e a cena do "I'm the boss, I'm the boss" que me pareceram quase que documentais de tão sinceras que ficaram, ainda mais quando você lembra que o filme é baseado em uma história real.
   Fora atuação mais que sensacional de Robert De Niro, podemos apontar grandes conquistas na fotografia do Michael Chapman, mais uma vez fazendo um excelente trabalho, e a direção incrível do Martin Scorcese. Também se deve apontar a maquiagem que às vezes pode parecer bem tosca (principalmente nas cenas de luta), mas é isso que faz com que fique tudo mais grotesco, porque, além do filme querer mostrar a vida de um homem completamente desequilibrado, ele está ocupado em mostrar o caos que há num ambiente específico para lutas que muitas vezes pode acabar indo para além das lonas.
   O único defeito que eu encontrei tem a ver com a edição e a edição de som, pois em alguns cortes o som ambiente muda, o que faz com que o espectador se distraia e é muito estranho um filme com tantas qualidades acabar cedendo tão facilmente em um aspecto técnico como a edição de som, que é inclusive bem simples para aquele filme, pois não demanda muito da mesma. 9.7/10.
   Se você gostou desse texto, DIVULGUE. MAS AGORA EU ESTOU FALANDO MAIS SÉRIO DO QUE NUNCA. SE VOCÊ NÃO FIZER NINGUÉM MAIS VAI FAZER. 

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