Star Wars Episódio VIII: Os Últimos Jedi - Crítica
Star Wars Episódio VIII: Os Últimos Jedi é o filme mais recente da franquia Star Wars. Esse filme é a continuação do "O Despertar da Força", que se trata da Rey sendo ensinada pelo Luke Skywalker a ser Jedi e a Primeira Ordem quase que extinguindo os rebeldes, então eles tem que fazer algo em relação a isso, o que dá origem a várias subtramas. O interessante foi a decisão de iniciar o filme recapitulando o que ocorreu no fim do filme anterior, o que foi muito conveniente pra mim, que não lembrava o que tinha acontecido com o Finn e a Leia. Entretanto, isso pode cansar o espectador logo no começo. Uma das várias decisões arriscadas que o roteiro toma, embora tenha vários outros porque ele não é de se levar muito à sério.
Não se levar a sério também é uma característica marcante da direção do Rian Johnson, diretor e roteirista de Os Últimos Jedi. Aliás, acho que isso foi o que ele teve de mais cativante e diferente entre todos os outros realizadores da franquia, e foi com o que eu mais me identifiquei. Quem me conhece mesmo sabe que eu nunca falo algo 100% sério. Mesmo quando eu quero dizer algo sério, eu falo brincando, e o Rian Johnson faz isso muito. Acho que a única cena que eu posso citar sem dar spoiler é quando a Rey tenta "alcançar" a Força. Quem viu sabe, o roteiro poderia muito bem ir a uma direção completamente filosófica e profunda, mas esse filme é muito diferente de qualquer outro do Star Wars (visualmente e narrativamente falando, relaxa que eu vou explicar melhor isso mais pra frente) e ele brinca com toda a situação.
Não se levar a sério também é uma característica marcante da direção do Rian Johnson, diretor e roteirista de Os Últimos Jedi. Aliás, acho que isso foi o que ele teve de mais cativante e diferente entre todos os outros realizadores da franquia, e foi com o que eu mais me identifiquei. Quem me conhece mesmo sabe que eu nunca falo algo 100% sério. Mesmo quando eu quero dizer algo sério, eu falo brincando, e o Rian Johnson faz isso muito. Acho que a única cena que eu posso citar sem dar spoiler é quando a Rey tenta "alcançar" a Força. Quem viu sabe, o roteiro poderia muito bem ir a uma direção completamente filosófica e profunda, mas esse filme é muito diferente de qualquer outro do Star Wars (visualmente e narrativamente falando, relaxa que eu vou explicar melhor isso mais pra frente) e ele brinca com toda a situação.
Já é "mais pra frente", então eu vou explicar porque esse filme é tão diferenciado. A questão, na verdade, tem a ver com uma reclamação que a Lucasfilms abordou como uma crítica construtiva. Vou explicar melhor: quando "O Despertar da Força" foi lançado, muitos saíram do cinema chateados pois eles já estavam tão acostumados com aquele tipo de narrativa que o filme poucas vezes apresentou algum grau de originalidade. De fato, "O Despertar da Força" é quase que uma releitura do Episódio IV. Dessa forma, a Disney aceitou o fan service e fez com que "Os Últimos Jedi" tivesse uma identidade muito própria. E isso acabou dando muito certo.
Começando pela direção de fotografia e direção de arte. Esse filme é um completo vislumbre para os olhos do espectador; transitando entre cenários novos completamente estonteantes, como a ilha dos Porgs e o planeta que aparece no trailer que tem aquela areia vermelha, e cenários clássicos, como a Millenium Falcon. Tudo isso explorando uma variedade muito ampla de planos e ângulos, principalmente o plano detalhe e o plano aberto, ambos em ângulo frontal, ainda mais nas lutas de sabre de luz, que não me impressionaram tanto quanto eu acho que deveriam, deve ter sido o hype...acontece.
Crait, o planeta que é um dos cenários novos da saga.
Passando para a edição, ela continua tendo aquela identidade Star Wars de transições horizontais, mas há mais cortes do que o necessário. Principalmente com o 3D, pois em algumas cenas há mais de um corte por segundo e o cérebro não consegue processar tão rápido isso com o 3D, o que acaba deixando o espectador tonto. Sem dúvida, uma edição ousada.
Depois é claro, vem os efeitos especiais, esses que não são tão diferentes aos mesmos do longa anterior, que já tinha um nível absurdo de perfeição, principalmente com os sabres de luz e as explosões. Por outro lado, ainda tem um uso razoável de efeitos práticos em algumas situações que me deixaram surpresos, mas eu não posso dizer porque é spoiler. Aliás, eu vou deixar no final um espaço só pra falar das minhas conclusões onde eu vou expor alguns spoilers.
Por fim, há o roteiro, e eu o deixei por último pois é muito delicado falar dele. Em síntese, o roteiro não é dos melhores: demora pra engatar, há algumas barrigas, alguns furos, um Deus Ex Machina, alguns diálogos desnecessários e ele toma algumas decisões que deixa o fã mais frenético muito frustrado pois ele podia ir por um rumo mais "mind-blowing", mas ele decide não tomar e o filme morre na praia. Entretanto, há vários momentos muito inteligentes que compensa a maioria do que eu disse acima, principalmente a sequência psicodélica das Reys "infinitas" que seria muito bem-vinda e previsível em qualquer filme da "art house", mas eu nunca iria pensar algo do gênero em Star Wars, e acaba funcionando muito bem.
Fora esses elementos narrativos, a atmosfera do filme continua sendo bem fiel aos outros longas da saga, tanto a incrível trilha sonora do John Williams que é muito gostosa de ser ouvida porque transita com uma suavidade incrível entre os temas clássicos de cada personagem remanescente da primeira trilogia e os temas dos personagens da nova trilogia (e quem diz que vai ser trilogia? Provável que a Disney faça bem mais filmes do que o previsto), quanto a edição de som clássica dos sons que os Wookies fazem (e acabam sendo reproduzidos também pelos mamíferos gigantes da ilha que o Luke reside e pelos cavalões alienígenas de Canto Bight) e dos sabres de luz e tiros de blasters.
Falaremos agora das atuações. O melhor de longe é o Mark Hamill. Tipo, não só o Luke tá bem mais complexo que o habitual, mas a atuação dele é MUITO sincera, dá pra ver nos olhos do ator que ele tá se divertindo muito fazendo o Luke, e a prova disso é quando ele encontra o R2D2 e diz "Olá, velho amigo", foi muito legal ver os dois interagindo após 34 fucking anos. A Daisy Ridley tá muito bem como Rey. O Adam Driver tá incrível como Kylo Ren, mais perturbado do que nunca. A Carrie Fischer tá ótima como Leia, como sempre. O Oscar Isaac tá MUITO bem, graças a ele o Poe é meu segundo personagem favorito, porque ele é muito humano. O Domhall Gleeson também tá incrível como sempre, e às vezes funciona até como alívio cômico, vê se pode. O Benicio del Toro também tá, mas o personagem dele é muito estranho e nem parece que é de Star Wars, quase que um Tyler Durden de Clube da Luta. O John Boyega tá mais ou menos como Finn, mas isso eu vou dizer na sessão spoiler e não é muito problema do ator, é mais culpa do roteiro.
Star Wars Episódio VIII está muito longe de ser o melhor filme da saga e também não chega ao mesmo nível do episódio VII, mas continua sendo um filme muito acima da média e é junto de Baby Driver e Corra! as obras audiovisuais de 2017 que apresentam o melhor entretenimento pro público geral. 8.3/10.
E se você gostou dessa crítica, ME DIVULGA PELO AMOR DE DEUS, PORQUE SE VOCÊ NÃO FIZER ISSO NINGUÉM MAIS VAI FAZER.
Quem diz que os Porgs não foram importantes nem gente é. Eles são importantes sim, foram até eleitos à Pessoa do Ano da revista Time.
Subtextos: Rússia e crítica à indústria armamentista e ao capitalismo
(A partir daqui você está sujeito a levar spoiler)
Um Youtuber chamado Lucas Zomer já falou como Star Wars, apesar de ser uma franquia de blockbusters, pode apresentar subtextos muito profundos e inteligentes que são colocados em forma de metáfora pra casar com o enredo do filme. Aqui não é diferente, e o arco do Finn e da Rose (e do Benicio del Toro) em particular trabalha muito bem com temas muito profundos. Primeiro, Rússia. Isso foi uma observação que o meu amigo (o Samuel, um forte abraço pra ele) fez em relação a Canto Bight, onde eles fazem um paralelo com a Rússia, um lugar onde praticamente escravizavam pessoas das classes econômicas mais baixas pra garimpar minérios raros como o ouro pra sustentar os luxos dos mais ricos, como os jogos de azar.
Outro momento é quando o Benicio del Toro explica que "bad guys" e "good guys" são termos inventados que não significam nada pra quem visa o lucro, como o proprietário da nave que vendia armas tanto pro Império quanto pra Aliança. Crítica claríssima ao capitalismo e à indústria armamentista norte-americana.
Vou tentar ser bem breve porque o texto já tá muito grande. Aquelas coisas que eu não gostei do roteiro. Vamos em ordem: o filme demora pra engrenar, foi aquilo que eu disse sobre recapitular o fim do episódio VII. Não precisava, mas estranhamente funcionou pra mim. Deus Ex Machina: pra quem não sabe o que é isso, é quando ocorre uma coisa que ninguém espera mas, diferente do plot twist, não faz nenhum sentido, é só pra salvar algum personagem querido ou o protagonista, como a Leia usando a força. Geral no sala do cinema ficou maravilhado com aquilo, mas eu não gostei, narrativamente é um erro. Mas quem sou eu, não é mesmo? Que credibilidade eu tenho?
Tyler Durden AF.
Sessão Spoiler
Vou tentar ser bem breve porque o texto já tá muito grande. Aquelas coisas que eu não gostei do roteiro. Vamos em ordem: o filme demora pra engrenar, foi aquilo que eu disse sobre recapitular o fim do episódio VII. Não precisava, mas estranhamente funcionou pra mim. Deus Ex Machina: pra quem não sabe o que é isso, é quando ocorre uma coisa que ninguém espera mas, diferente do plot twist, não faz nenhum sentido, é só pra salvar algum personagem querido ou o protagonista, como a Leia usando a força. Geral no sala do cinema ficou maravilhado com aquilo, mas eu não gostei, narrativamente é um erro. Mas quem sou eu, não é mesmo? Que credibilidade eu tenho?
Barrigas: barriga de roteiro é quando o filme enrola pra contar uma coisa, como o próprio arco da Rose e do Finn em Canto Bight e na nave do Snoke, que poderia ter sido bem mais sucinto. Decisões erradas: o que eu quis dizer com aquilo, pra quem ainda não entendeu, é que tinha o potencial de algo acontecer e você ficar chocado, mas o filme decide ir pelo caminho contrário. Um ótimo exemplo disso é quando o Luke conta quando quis matar o Ben antes de se tornar Kylo Ren porque ele falhou como mestre, aí rola um efeito Yojimbo LOKASSO quando a Rey se conecta com o Kylo Ren através da Força e depois disso o Luke diz "Não, foi só um pensamento que eu tive na hora, mas depois eu desisti e quando eu vi o Ben tava acordado e ele entendeu errado e tentou me matar". Eu, como fã, adoraria que na verdade o Luke quisesse realmente matá-lo. Isso traria uma desconfiança e um conflito muito grande entre a Rey e ele e isso se tornaria muito interessante, o que faria com que a cena que o Kylo Ren abre fogo contra o Luke se tornasse muita mais épica. Da mesma forma que seria épico o sacrifício do Finn pra destruir o canhão do Império se a Rose não estivesse lá e da mesma forma que foi épica quando a Almirante Holdo destruiu a nave do Snoke à velocidade da luz, literalmente, naquela cena sem som que fez geral no cinema quase que pular da cadeira, principalmente pelo próprio arco da personagem que é em si muito "mind-blowing" porque a gente passa metade do filme achando que ela é uma traidora.
Laura Dern também tá ótima como Holdo
Por último, mas não menos importante, tem o cameo do Yoda que é muito legal, que usam os efeitos práticos do Yoda fantoche raiz. Bom, se você chegou até aqui, você se importa com a minha opinião, então eu deduzo que gostou do texto. Por isso, ME DIVULGA, PELO AMOR DE DEUS, PORQUE SE VOCÊ NÃO FIZER ISSO, NINGUÉM MAIS VAI FAZER. ME DIVULGA AONDE VOCÊ QUISER, MAS ME DIVULGA.
Ha! Muito bom! Já vou comprar o meu ingresso!
ResponderExcluir