segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Cool Hand Luke - Crítica

Cool Hand Luke - Crítica


   Eu poderia muito bem ter usado a tradução do nome do filme aqui do Brasil ("Bravura Indomável"), mas eu não gosto dessa então deixa o titulo original mesmo.
   Cool Hand Luke é um filme de 1967 dirigido por Stuart Rosenberg e estrela Paul Newman como Lucas Jackson, um detento acusado de vandalismo que se recusa a obedecer o sistema dentro da prisão e isso mexe com o psicológico todos lá de dentro. Eu tenho um péssimo hábito de assistir certos filmes sem saber direito a trama deles, então quando eu vou realmente assistir eu acabo me dispersando porque nada me chama atenção. Dessa vez, apesar de ter lido a premissa no IMDb, eu achei a mesma fraca, mesmo assim eu vi porque faz parte do IMDb Top 250 (pra quem não sabe, eu tenho a meta de assistir todos os filmes da lista que eu ainda não assisti até o fim desse ano) e eu me vi completamente equivocado com relação ao pré-conceito que tive sobre a premissa do filme.
   Apesar dela parecer bem genérica e jurar ter visto a mesma coisa em outros filmes só que de outra maneira (cof..cof..À Espera de Um Milagre), esse filme tem a sua originalidade por ter sido o primeiro dessa linha de grandes clássicos (apesar de eu nunca ter visto alguém falar de Cool Hand Luke), mas principalmente vemos alguns dos shots mais criativos da sétima arte, que eu não sei o porquê, eu nunca mais vi eles sendo representados em qualquer outra obra. O exemplo mais evidente é o icônico (novamente intervenho pra dizer que ele é icônico dentro do filme, assim como quase tudo nele, Cool Hand Luke é um tesouro perdido, tipo "Kes" do Ken Loach) shot, que também é uma ótima metáfora de direção, dos óculos espelhados do Boss Godfrey, que transmite a sensação de ameaça. Eu pessoalmente achei essa ideia genial, filmar o reflexo de óculos escuros espelhados foi muito criativo.

   A edição dinâmica e mixagem de som frenética também ajuda na hora de criar a atmosfera do longa, apesar da edição de som estourar algumas vezes, como o cachorro da polícia fica preso na cerca e ele começa a uivar, o áudio dá um estourada básica, mas se brincar foi de propósito pra criar aquela mesma ideia de ameaça e euforia.
   As atuações aqui estão impecáveis, Paul Newman faz um anti-herói daqueles que você observa ele, ouve o que ele diz e pensa "caraca, ela tá certo, não é porque isso é o seu dever que isso tá certo, olha em volta", nesse caso foi mérito do roteiro reflexivo de Donn Pearce que deixam claras as motivações do protagonista e enriquece a experiência do espectador, mas enfim, você torce pro protagonista, detesta o capitão psicopata que o Strother Martin faz (nunca ouvi falar nele, nunca nem vi) e ri junto com o personagem George Kennedy que funciona muito bem como alívio cômico, apesar do seu arco trágico. Nem falei da trilha sonora que acompanha muito bem a história e tem uma melodia que poderia ser repetitiva, mas o compositor tem uma magia que faz a gente amar ela cada vez mais.
   Cool Hand Luke é criativo, revolucionário e uma pérola negra muito bem escondida na sétima arte, impecável em todos os aspectos (nem falei da memorable quote que tem no filme, que é muito significativa) e merece ser assistido, de preferência até o final porque as últimas cenas, principalmente a que tem narração do George Kennedy, é muito emocionante. Nota 10.
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