Melhor do Ano? - Call Me By Your Name
Introdução
Era pra essa ser uma critica dupla. Além de Call Me By Your Name eu também discorreria sobre The Florida Project, mas este se mostrou um filme tão bom que eu não consegui expressar a minha opinião nem meu senso crítico. Portanto, talvez The Florida Project seja de fato o melhor filme do ano.
Call Me By Your Name - Crítica
O mais novo longa do italiano Luca Guadagnino (de quem eu nunca havia assistido nenhum filme) e estrelado por Timothee Chalamet e Armie Hammer é uma adaptação do livro homônimo que fala sobre o romance vivido entre o jovem italiano Elio e o estudante de arqueologia americano Oliver no norte da Itália em 1983.
Nesse filme, não há nenhum aspecto que se destaca entre os outros. Tudo aqui alcança um nível de qualidade excelente. A direção de fotografia, por exemplo, faz um ótimo trabalho em capturar toda a beleza da natureza veraneia de uma região que é provavelmente Veneto. A direção de arte é bem sútil no ponto de vista de época. Poucos elementos nos certificam que é 1983, mas toda as representações das estátuas renascentistas chegam a ser divinas.
Sobre o roteiro, até onde eu sei, ele não só faz um bom trabalho como adaptação, mas vai bem além com diálogos e cenas espontaníssimos, assim como uma metáfora sobre a transformação e descoberta do protagonista com a natureza. Espontâneas são também as atuações. Timothée Chalamet faz um trabalho surpreendente com a expressividade facial. Mesmo com muitas falas, em três idiomas diferentes (o que traz à sua performance uma alta dose de maturidade que se eleva nos primeiros diálogos com Oliver, testando os seus conhecimentos sobre literartura e música clássica), seu personagem fala muito com o corpo e com os olhos (destaque para a cena final que é, no mínimo, de partir o coração pois obriga o público a se recordar da primeira vez em que o mesmo sentiu o que Elio está sentindo). Armie Hammer é aquele cara que você quer ser amigo. Ele não só está muito carismático e bacana, mas ele também tem ótimo timing pra levar a sério algumas situações que o seu personagem passa, o que me lembrou da excelente interpretação do Ezra Miller em “As Vantagens de Ser Invisível”. O Michael Stuhlbarg é aquele típico pai afetuoso e presente, e a impressão que dá é que ele está interpretando a si mesmo, talvez por isso ele esteja tão à vontade. O mesmo se refere a Amira Cesar. Fechando o elenco, a personagem Ezther Garrel é importante para o rumo da narrativa, mas a sua atuação não tem nada excepcional.
A trilha sonora é espetacular: ela por si só conta uma história que ajuda na compreensão do que os personagens estão sentindo. Sabe quando você está triste e escuta algumas músicas que refletem o que você sente e você só faz isso pra chorar? Então, Call Me By Your Name faz isso de uma forma genial com canções de New Wave dos anos 80, principalmente Sufjan Stevens (apesar de ser um intérprete contemporâneo, mas que apresenta tal estilo), mas em sua maioria de forma não diegética.
O crítico Chris Stuckmann falou várias coisas muito interessantes sobre esse filme, mas eu gostaria de discutir sobre dois de seus comentários. O primeiro são sobre moscas. Em Call Me By Your Name há uma quantidade de moscas bem maior do que em outros filmes, e eu notei isso ao longo do longa inteiro, e eu tentava encontrar um significado por trás disso ou se era apenas uma coincidência. Acabou que há um significado escondido, mas o diretor preferiu não dizê-lo, então fica sob a interpretação de cada um. Infelizmente, a minha interpretação envolve spoilers, então quem sabe, algum dia, eu possa explicar o meu ponto de vista. Mas hoje não. A outra coisa que ele comentou e que eu gostaria de discutir era sobre o “principal defeito do filme” que é a falta de obstáculos na trama, o que não trouxe muito drama pra história, então ele fez uma comparação entre Call Me By Your Name com Moonlight e como o mesmo tem esses obstáculos. Na minha humilde opinião, Moonlight apresenta um ambiente completamente hostil pras condições do protagonista, o que resultou em diversos obstáculos para que a longo prazo ele tivesse que esconder quem ele era. Em Call Me By Your Name, esse ambiente não existe. Apesar da época na qual o filme se passa ser de fato hostil pros protagonistas, nada presente naquele vilarejo da Itália atrapalha a relação deles: os pais de Elio são muito tranquilos com isso, e outra, não é apresentado ninguém que transpareça um tom de intolerância. Ou seja, mudar algo na história seria quase que um sacrilégio com a obra da qual o filme é adaptado. Portanto, Call Me By Your Name não apresenta nenhum problema em relação a isso.
Call Me By Your Name é romântico, ousado, tem um ritmo bem compassado mas não o bastante para ser arrastado. O único defeito que eu identifiquei é ridículo de indiferente, algo que ninguém vai notar, então não é preciso comentar já que não lesará a sua experiência assistindo esse longa magnífico. É de se orgulhar ver que o Brasil está envolvido na produção desse filme com Rodrigo Teixeira. Nota 10. Assistam, se puderem. Quem sabe algum dia eu faça uma análise mais detalhado sobre o mesmo.
Sobre o roteiro, até onde eu sei, ele não só faz um bom trabalho como adaptação, mas vai bem além com diálogos e cenas espontaníssimos, assim como uma metáfora sobre a transformação e descoberta do protagonista com a natureza. Espontâneas são também as atuações. Timothée Chalamet faz um trabalho surpreendente com a expressividade facial. Mesmo com muitas falas, em três idiomas diferentes (o que traz à sua performance uma alta dose de maturidade que se eleva nos primeiros diálogos com Oliver, testando os seus conhecimentos sobre literartura e música clássica), seu personagem fala muito com o corpo e com os olhos (destaque para a cena final que é, no mínimo, de partir o coração pois obriga o público a se recordar da primeira vez em que o mesmo sentiu o que Elio está sentindo). Armie Hammer é aquele cara que você quer ser amigo. Ele não só está muito carismático e bacana, mas ele também tem ótimo timing pra levar a sério algumas situações que o seu personagem passa, o que me lembrou da excelente interpretação do Ezra Miller em “As Vantagens de Ser Invisível”. O Michael Stuhlbarg é aquele típico pai afetuoso e presente, e a impressão que dá é que ele está interpretando a si mesmo, talvez por isso ele esteja tão à vontade. O mesmo se refere a Amira Cesar. Fechando o elenco, a personagem Ezther Garrel é importante para o rumo da narrativa, mas a sua atuação não tem nada excepcional.
A trilha sonora é espetacular: ela por si só conta uma história que ajuda na compreensão do que os personagens estão sentindo. Sabe quando você está triste e escuta algumas músicas que refletem o que você sente e você só faz isso pra chorar? Então, Call Me By Your Name faz isso de uma forma genial com canções de New Wave dos anos 80, principalmente Sufjan Stevens (apesar de ser um intérprete contemporâneo, mas que apresenta tal estilo), mas em sua maioria de forma não diegética.
Call Me By Your Name é romântico, ousado, tem um ritmo bem compassado mas não o bastante para ser arrastado. O único defeito que eu identifiquei é ridículo de indiferente, algo que ninguém vai notar, então não é preciso comentar já que não lesará a sua experiência assistindo esse longa magnífico. É de se orgulhar ver que o Brasil está envolvido na produção desse filme com Rodrigo Teixeira. Nota 10. Assistam, se puderem. Quem sabe algum dia eu faça uma análise mais detalhado sobre o mesmo.
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