sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Los Angeles: Cidade Proibida - Vacilão NÃO morre cedo

Los Angeles: Cidade Proibida - Crítica Retrô

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   "Los Angeles: Cidade Proibida", estrelado por Russell Crowe, Kim Bassinger, Guy Pearce e Kevin Spacey, é um thriller policial de 1997 sobre a corrupção dentro do departamento policial de Los Angeles e o seu envolvimento com o crime organizado.
   Com todos os elementos de um neo-noir, esse filme não busca, em momento algum, achar um paralelo com a realidade, e isto é o que faz o longa ser tão charmoso. Digo, é de senso comum que há corrupção dentro da polícia de metrópoles (seja na época em que o filme se passa ou atualmente). Mas há algo naquele roteiro (compassado, porém com um ritmo bacana) dizia que tudo nele era um exagero, como se fosse caricato. Não caricato à la Tim Burton, mas algo beirando a obra do Tarantino (dispensa apresentações), do tipo que o realizador quer que você tenha consciência de que o que você está assistindo é uma obra fictícia.
   E isso é explorado de diversas maneiras. Seja com a direção de fotografia que sempre busca enaltecer personagens com contra plongées (principalmente Spacey, quem tem uma baixa estatura), na maquiagem de um corpo em decomposição que parece estar mais decomposto do que deveria, em função do período de tempo relativamente curto para chegar naquele estado; na mixagem de som dos tiros de armas que são claramente mais altos do que na maioria dos filmes, e até nos diálogos incrivelmente inteligentes escritos pelo notório Brian Helgeland que podem ser considerados tudo menos desinteressantes.
   Passando para a parte das atuações, as performances também expressam algo sobre o que eu falei anteriormente. Cada personagem poderia render um filme solo porque os arcos de cada um são tão bem construídos que você acaba querendo cada vez mais, mesmo o longa tendo mais de duas horas de duração. O Russell Crowe, por exemplo, faz o estereótipo do "bad cop": pavio curto, ego inflado, violento e objetivo. Aliás, "estereótipo" é a palavra-chave para cada personagem, o do Guy Pearce (Lenny de "Memento") nem se fala: é uma versão policial do Michael Corleone (entendedores entenderão, não quero dar detalhes para não relevar spoilers). Outros exemplos são a Kim Bassinger, que faz uma mulher venenosa e manipuladora de maneira tão magistral que lhe rendeu (justamente) um prêmio da Academia, e o Danny DeVito que, apesar de 5 anos após seu papel do "Pinguim" do Batman Returns, ainda carrega traços do vilão e utiliza desses recursos de uma maneira muito bem-humorada.
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   Outra virtude do filme é que ele sabe aonde parar. Quer dizer, ele tinha a opção de acabar momentos antes, mas ele escolhe continuar e quando ele finalmente termina você fica contente porque se acabasse na cena anterior o filme não seria tão grandioso assim.
   "Los Angeles: Cidade Proibida" captura sua atenção do começo ao fim, entretém como poucas obras do audiovisual e contém personagens carismáticos. É caricato mas faz bom uso dessa característica para torná-lo original o bastante para que virasse, assim, uma obra-prima dentro de um gênero tão batido quanto o neo-noir. Nota 10.

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