The Edge of Seventeen - Crítica
Filme dublado é ruim, né? Ontem eu assisti The Edge of Seventeen no HBO Plus dublado pela primeira vez após um ano de lançamento.
The Edge of Seventeen é um coming of age bem típico, muito parecido com os filmes do John Hughes. O diferencial aqui está na linguagem. Assim como em Juno, aqui se faz um bom uso das gírias populares e expressões coloquiais que os jovens da geração Z usam. Outro ponto importante está na diversidade dos personagens, assim como o John Hughes buscava apresentar sempre o protagonista branco cis hétero de classe média, aqui tem gente de quase todas as idades, classes e raças com a mesma importância narrativa. O filme conta como a vida de Nadine, de 17 anos, está de ponta cabeça e como ela tenta superar isso, desde o namoro entre seu irmão mais velho e sua melhor amiga que ela desaprova até uma mensagem que ela manda sem querer pro crush com os mais absurdos lá.
A diretora e roteiro do filme, Kelly Fremon Craig, era uma estreante e se saiu muito bem, trazendo uma protagonista muito desajeitada mas nada caricata, o que faz com que nós, meros mortais, a mercê de erros e ratas se identifiquem com Nadine. É claro que, naturalmente, as meninas se identifiquem mais, principalmente com algumas crises de (o que eu julgo como TPM) ou desentendimentos com relação a brincar com os sentimentos de meninos que gostam dela, etc.
Tecnicamente, o filme pode trazer a tona sentimentos para o espectador. Pessoalmente, a escolha de locação, fotografia, montagem e até atuações foram nostálgicos. O que eu digo com isso é que me lembrou de momentos recentes que gostaria que repetissem e tudo isso por causa de um enquadramento em X locação onde a Hailee Steinfeld (Nadine) tá mexendo de tal jeito com tal objeto. Eu gostei muito disso, com o poder de identificação que esse filme tem, e isso se deve tanto pro roteiro da Craig onde se apresentam uns diálogos que quando você, espectador adolescente, ouve fica pensando "Caraca, mas eu falei isso pra minha amiga semana passada, e ela teve uma reação parecida", quanto pra atuação da Hailee Steinfeld, e eu acho que essa foi uma das melhores escolhas de casting de 2017 porque ela tinha 17 há pouco tempo atrás e teve uma infância até que comum, considerando que ela foi relevada pelos irmãos Coen depois dos 14 anos e por isso sabe o que dizia lá no roteiro.
The Edge of Seventeen é engraçado, tanto que em algumas cenas não dava pra esconder ao menos o sorriso, muito identificável, assertivo, é até emocionante em alguns momentos, mas por ser de um gênero tão previsível como o coming of age, o filme peca na criatividade e você já sabe o que vai acontecer no fim do filme na primeira meia-hora, porém esse é o único defeito. Recomendo muito. 9/10
Peço perdão por não ter escrito ontem, mas é por isso que eu vou postar hoje e amanhã já. Gostei muito de escrever uma crítica curtinha que nem essa, espero fazer mais dessas. Se gostou, me siga e me recomende pra alguém que goste desse conteúdo.
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