segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Castelo no Céu - Crítica (análise)

Castelo no Céu - Miyasaki Gênio

   Castelo no Céu é uma das animações mais célebres do grande animador japonês Hayao Miyasaki. O longa de 1986 conta a história de Sheeta, uma jovem que está sendo perseguida por piratas aéreos e pelo exército por ter um amuleto que tem poderes mágicos capazes de destruir uma enorme área e encontrar a cidade perdida Laputa que se tornou uma lenda. Para escapar de ambas as ameaças e encontrar Laputa, a jovem tem a ajuda de Pazu, orfão de um mineiro que já avistou Laputa.
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   Novamente, Miyasaki emociona o espectador com um mundo incrivelmente imersivo composta por paisagens surreais, com uma trilha sonora orquestral de Joe Hisaishi que dita o tom da trama com uma contradição sutil e melodias repetidas em variações magníficas, e com um drama tocante dos protagonistas. Mais uma vez Miyasaki se apropria de suas marcas registradas e realiza outra das melhores animações já feitas (Estúdio Ghibli rainha, Disney Pixar nadinha).
   Eu estou pensando em não fazer a crítica desse filme, apenas uma análise, porque realmente essa animação, assim como qualquer outra do Miyasaki, é esplêndida, não há muito o que falar dela senão isso, é esplêndida, então se você estiver lendo esse parágrafo, é porque eu não vou fazer crítica, apenas uma análise.
   Começando pelo trabalho de vozes dos atores: eu infelizmente vi o filme através de um site que não disponibilizava algumas falas, apenas as legendas, e lá mais pra frente do filme, não havia mais as legendas e apenas as falas em japonês (idioma do qual eu não sei quase nada), então esse elemento foi particularmente problemático pra mim, mas de forma alguma isso danifica a experiência. O trabalho de vozes é muito bom, tem sempre aquelas gemidinhas que representam exclamação, bastante notável em animações japonesas, aqui não há muito o que falar.
   Sobre o roteiro, a história é originalíssima (não esperava menos do Miyasaki) e os diálogos podem ser um pouco expositivos demais (estou falando do que eu li nas legendas, não do que eu ouvi, mas eu estou levando em conta isso porque só as falas não tem muito nexo sem as legendas. Deu pra entender?), mas eu acho que a cinematografia (agora eu fiquei em dúvida se pode usar o termo cinematografia em animações, senão eu falar planos de fundo, paleta de cores, sei lá) equilibra um pouco isso em termos de "me mostre, não me fale".
   Eu vou falar de novo da "cinematografia", apesar de ter dito agorinha, que é com certeza uma das maiores virtudes da animação. Semelhante a outra maravilhosa obra de Miyasaki, "Nausicaa do Vale do Vento", aqui se usa um sombreamento nos fundos, dando um aspecto tridimensional muito bonito pra planos em que a natureza é o protagonista, e pras nuvens, principalmente (imagem abaixo).
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Percebeu o sombreado? Não dá um aspecto tridimensional? Então!
   Por fim, mas ABSOLUTAMENTE não menos importante, a trilha sonora e os efeitos sonoros são coisa de outro mundo, talvez o que realmente faz com que o filme se torne imersivo desse jeito, mesmo pra mim, que só tava usando um lado do fone.
   O conjunto da obra no entanto sugere algo muito steampunk. Não que isso seja algo negativo, eu adoro o estilo steampunk (que está novamente presente em outro filme do mestre japonês "Nausicaa do Vale do Vento"), e inclusive isso deixa o universo ainda mais rico, quase que mostrando uma outra dimensão bastante distópica, mas em qualquer lugar que não seja o Japão, vocês já sabem como eu classifico isso né? Como ESPLÊNDIDO.
   Enfim, assistam Castelo no Céu porque este não é apenas um filme para os amantes de animação japonesa ou fãs do Miyasaki, este é um filme pra qualquer espectador, qualquer um que goste de cinema e de histórias esplêndidas. Voltei atrás, isso é uma crítica, mas não deixa de ser uma análise. 9,5/10

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