quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O Tesouro de Sierra Madre - Clássico Obrigatório

O Tesouro de Sierra Madre - Clássico Obrigatório

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   Pra um longa-metragem de mais de duas horas de 1948 e que estrela Humphrey Bogart (eu não tenho birra dele, é só porque eu achava ele supervalorizado...até assistir esse filme) chamar a minha atenção, ele tem que ser muito bom. E "O Tesouro de Sierra Madre" conseguiu capturar a minha atenção do começo ao fim.
   Escrito e dirigido por John Huston, que também fez "Relíquia Macabra", um filme que eu pessoalmente não gostei apesar de suas virtudes técnicas, o filme conta a história de Fred C. Dobbs (Bogart) e Bob Curtin (Tim Holt), dois mendigos americanos que vivem no México e que agarram a oportunidade de se juntarem a Howard (Walter Huston), um velho garimpeiro, para garimparem ouro.
   Não há nada de excepcional na premissa, mas Huston nos surpreende com a sua maestria de inserir pequenas falas que dão pistas para descobrir o que vai acontecer mais pela frente, e isso acaba por ser muito interessante apesar de muito arriscado pois poderia deixar o filme auto-explicativo. Mas ele não deixa isso acontecer e ele transforma uma premissa medíocre e que poderia ser muito previsível (eu inclusive achei que os primeiros 20 minutos ditariam todo o tom do filme) em um estudo de personagem profundo sobre paranoia e soberba, tudo graças a Humphrey Bogart que aqui dá, na minha humilde opinião, a sua melhor performance, apesar do seu personagem ser muito do arquétipo "escória da humanidade" mas ao mesmo tempo um anti-herói.
   Por outro lado, há vários monólogos que são dispensáveis, digo, eu sou daqueles que dizem "mostre, não fale", e apesar de ser um filme sobre loucura e o personagem de Bogart inclusive falar sozinho devido a paranoia que ele desenvolveu sobre o parceiro e o velho garimpeiro, algumas das falas deles estão sendo transmitidas nos planos em cena, ou seja, poderiam ser cortados. Outro defeito do filme são as cenas de luta, que são muito mal coreografadas (mas na época eram boas, então se dá um desconto), mas a edição dá um jeito. Outro problema é o elenco de apoio que é muito artificial, gostaria de um ator melhor pra interpretar "Gold Hat".
   O Tesouro de Sierra Madre é cativante, emocionante, intrigante e tem um roteiro com poucas falhas que nos apresenta provavelmente o maior estudo de personagem da época. Portanto se torna um clássico obrigatório. 9/10.
   Se gostou, divulgue a página.

sábado, 25 de novembro de 2017

Teste de Bechdel - Representação feminina no cinema

Teste de Bechdel - Feminismo no cinema

   O ano já tá acabando e praticamente todo mundo da minha sala já passou de ano, e as provas estão prestes a acabar, então ontem o meu professor de álgebra deixou a gente assistir um filme e pediu pra eu escolher, selecionei no catálogo da Netflix "O Jogo da Imitação", que é um daqueles filmes que todos gostam e como não há nada melhor do que a democracia, foi esse mesmo.
   Até aí tudo bem, foi mais pelo fim do segundo ato do filme que eu comecei a ver que o filme não passa em um teste que eu ouvi falar no canal da Lully, o Lully de Verdade há alguns anos atrás mas que eu deixei passar completamente. O Teste de Bechdel, que indica se no filme há ou não uma boa representação feminina apresentada. O Teste consiste em apenas três perguntinhas básicas: Há pelo menos duas personagens mulheres com nome no filme? As duas em algum momento se encontram? As duas em algum momento se encontram e conversam sobre algo que não são homens? Se a resposta pras três perguntas for sim, então o filme passa no Teste de Bechdel.
   Aí eu fiquei chocado com isso, como um filme que tem como subtramas a representação da mulher na ciência e a homossexualidade contida não passar num test tão simples? Foi aí que eu fui lembrar de mais uma coisa que tinha no vídeo da Lully, que ela falava que havia um site que listava os filmes que passavam e reprovavam no teste, então eu decidi entrar e fui perceber que alguns filmes dos últimos anos que eu gosto, e você provavelmente, não passam. Aqui estão eles:

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  • Bastardos Inglórios: Apesar de ter a Shosanna e a Frau Hammersmark, elas nem se quer se encontram pra conversar em algum momento do filme;
  • Baby Driver: Um dos melhores filmes do ano tem também uma fraca representação feminina com Debora e Darling nunca se falando;
  • Dunkirk: Nem personagem feminina esse filme tem;
  • Deadpool: Nesse caso, foi bem decepcionante, mas em nenhum momento elas conversam;
  • Manchester À Beira Mar: surpreso mas não desapontado (meme da página agora), o Kenneth Lonnergan colocou o Casey Affleck como protagonista, isso já serve pra explicar porque eu escrevi isso;
  • Moonlight: Só a personagem da Naomi Watts e umas outras tem nome no filme, mas elas não conversam uma com a outra. Mas isso não importa e não afeta com a experiência, então a gente só releva;
  • Silêncio: Nesse caso eu nem vou comentar, o filme se trata de padres jesuítas no Japão, não é preciso muita representação feminina nesse filme, é que nem Dunkirk;
  • Anomalisa: Pelo menos tem um motivo pra isso, não vou dizer o que é, apenas assistam. Mas eu já esperava de tal sutileza do Kaufman, esse lindo;
  • Ex Machina: Não sei se robôs podem ser considerados personagens humanos, nesse caso, n ão há nem mulheres no filme;
   Eu estou bem aliviado de ter falado sobre algo que eu gostaria de falar há muito tempo, que era feminismo, mas que eu não tinha disposição de postar nada do gênero porque não se adequava a proposta da página, mas aqui está. Se gostou me segue e compartilhe o blog pra quem você acha que vai gostar, porque eu realmente quero continuar com isso, mas preciso de apoio.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Quase 18 - Esses jovens

The Edge of Seventeen - Crítica

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   Filme dublado é ruim, né? Ontem eu assisti The Edge of Seventeen no HBO Plus dublado pela primeira vez após um ano de lançamento.
   The Edge of Seventeen é um coming of age bem típico, muito parecido com os filmes do John Hughes. O diferencial aqui está na linguagem. Assim como em Juno, aqui se faz um bom uso das gírias populares e expressões coloquiais que os jovens da geração Z usam. Outro ponto importante está na diversidade dos personagens, assim como o John Hughes buscava apresentar sempre o protagonista branco cis hétero de classe média, aqui tem gente de quase todas as idades, classes e raças com a mesma importância narrativa. O filme conta como a vida de Nadine, de 17 anos, está de ponta cabeça e como ela tenta superar isso, desde o namoro entre seu irmão mais velho e sua melhor amiga que ela desaprova até uma mensagem que ela manda sem querer pro crush com os mais absurdos lá.
   A diretora e roteiro do filme, Kelly Fremon Craig, era uma estreante e se saiu muito bem, trazendo uma protagonista muito desajeitada mas nada caricata, o que faz com que nós, meros mortais, a mercê de erros e ratas se identifiquem com Nadine. É claro que, naturalmente, as meninas se identifiquem mais, principalmente com algumas crises de (o que eu julgo como TPM) ou desentendimentos com relação a brincar com os sentimentos de meninos que gostam dela, etc.
   Tecnicamente, o filme pode trazer a tona sentimentos para o espectador. Pessoalmente, a escolha de locação, fotografia, montagem e até atuações foram nostálgicos. O que eu digo com isso é que me lembrou de momentos recentes que gostaria que repetissem e tudo isso por causa de um enquadramento em X locação onde a Hailee Steinfeld (Nadine) tá mexendo de tal jeito com tal objeto. Eu gostei muito disso, com o poder de identificação que esse filme tem, e isso se deve tanto pro roteiro da Craig onde se apresentam uns diálogos que quando você, espectador adolescente, ouve fica pensando "Caraca, mas eu falei isso pra minha amiga semana passada, e ela teve uma reação parecida", quanto pra atuação da Hailee Steinfeld, e eu acho que essa foi uma das melhores escolhas de casting de 2017 porque ela tinha 17 há pouco tempo atrás e teve uma infância até que comum, considerando que ela foi relevada pelos irmãos Coen depois dos 14 anos e por isso sabe o que dizia lá no roteiro.
   The Edge of Seventeen é engraçado, tanto que em algumas cenas não dava pra esconder ao menos o sorriso, muito identificável, assertivo, é até emocionante em alguns momentos, mas por ser de um gênero tão previsível como o coming of age, o filme peca na criatividade e você já sabe o que vai acontecer no fim do filme na primeira meia-hora, porém esse é o único defeito. Recomendo muito. 9/10
   Peço perdão por não ter escrito ontem, mas é por isso que eu vou postar hoje e amanhã já. Gostei muito de escrever uma crítica curtinha que nem essa, espero fazer mais dessas. Se gostou, me siga e me recomende pra alguém que goste desse conteúdo.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Christopher Nolan - Gênio Contemporâneo

Christopher Nolan - Gênio Contemporâneo

   O cineasta inglês Christopher Nolan é um dos maiores em atividade e também um dos meus favoritos. Apesar de ter uma filmografia relativamente pequena, esta é de grande relevância e no futuro será altamente apreciada. Neste texto analisaremos os seus maiores sucessos e eu vou comentar as melhores partes que ficaram desproporcionalmente icônicas em relação ao tempo de lançamento (tipo, todos foram lançados em menos de 20 anos e todos já são "jovens clássicos do cinema").

  • Amnésia/Memento (2000)
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   Confuso, mas muito indagante e até hoje muito discutido por cinéfilos, Amnésia conta a história de Lenny, um homem cuja mulher foi assassinada e ele pretende descobrir quem foi o assassino e achar ele para cometer a vingança, mas a sua amnésia o dificulta. Icônico por sua montagem, que no início pode soar meio zoada, porque o que ela faz praticamente é contar todo o filme de trás pra frente, é bem mais do que isso, é um recurso inteligente pro espectador sempre se questionar e no fim ter aquela epifânia que os plot twists carpados dos Nolan sempre vão fazer.
   Melhor momento: dá um dos panes de memória dele e ele tá correndo, aí ele acha que tá perseguindo o cara, mas na verdade o cara que tá caçando o Lenny. Muito bom, muito bom.
  • Batman Begins (2005)
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   Um sucesso cult marcante já foi o suficiente pros produtores da DC que procuravam alguém novo e talentoso pra dirigir o próximo filme do homem-morcego (uma aposta arriscada se for pensar que o último filme do Batman que fizeram antes desse, se eu não me engano, foi o Batman & Robin, e ninguém gosta de lembrar daquele fracasso) contratarem o Nolan. O inglês fez algo muito inovador e revolucionário no mundo dos heróis e principalmente da DC: fazer um filme de super-heróis que funcionasse como um drama ou qualquer filme de ação decente. Com um tom realista e neo-noir, onde explora os traumas de Bruce Wayne em uma trajetória não muito retilínea para mostrar como ele se tornou o Batman e explica cientificamente como funciona os gadgets do cavaleiro trevoso, esse filme foi um grande marco da carreira do Nolan, e foi aí que ele foi realmente mostrado pro mundo.
   Melhores momentos: "Bats frighten me. It's time my enemies shared my dread."; Quando Wayne pergunta pro Sr. Fox sobre o Tumbler "Does it come in Black?".
  • O Grande Truque/The Prestige (2006)
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   Se lembra de quando o Nolan dirigiu e escreveu com o irmão dele, o Jonathan Nolan, que também é co-escritor de vários roteiros do irmão e produtor de Westworld, o melhor filme de mágica que existe? O Grande Truque é com certeza um dos meus filmes favoritos do Nolan, tipo, tá no Top 4, e conta a história da rivalidade de 2 mágicos. É tão profundo, e é um daqueles filmes que não pode contar muito senão acaba escapando algum spoiler. Uma surpresa foi depois saber que o David Bowie, o meu artista musical favorito tá no filme interpretando o Nikola Tesla.
   Melhor Momento: A transição entre o 2º e o 3º ato, que é muito mindblowing. Assiste lá que aí você vai concordar comigo.
  • Batman: O Cavaleiro das Trevas/The Dark Knight (2009)
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   Esse dispensa apresentações. Aqui o Nolan se tornou mais noir do que antes e é novamente um daqueles filmes que não dá pra falar muito (por causa de um subplot que tem uma importância razoável pra história e muda ela completamente), mas de uma forma bem sucinta, o Nolan juntou de um jeito muito genial os dois opostos que se atraem, conhecem aquela história dos imãs? Então, é o Batman e o Coringa DO HEATH LEDGER (porque se fosse o do Jared Leto, ia dar ruim), só que a história é muito subversiva, o Coringa é muito subversivo, ma é assim que deve ser, a realidade é assim, e a Gotham meio estranha que parece ser inspirada em Nova York mas onde geral tem sotaque estrangeiro parece como a LA de Blade Runner, só que com MUITA Máfia.
   Melhor Momento: "Why so serious, son?"
  • A Origem/Inception (2010)
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   Eis que o Nolan faz o próximo The Matrix, o próximo clássico do cinema contemporâneo. A Origem é uma das histórias mais originais que eu já vi sendo contadas. QUEM UM DIA IRIA PENSAR EM LADRÕES DE IDEIAS? É muito louco esse filme, tem um plot twist carpado que não explode a nossa mente, mas deixa a gente meio transtornado. Aqui as atuações tão muito impecáveis, assim como o técnico. Na moral, esse filme é tecnicamente perfeito...O Nolan é tecnicamente perfeito. Co certeza você já assistiu ou pelo menos já ouviu falar desse filme, se não, parabéns, ou você mora numa caverna ou é que nem eu (porque eu só fui assistir esse filme pra fazer essa lista, eu não tinha assistido o filme inteiro antes)
   Melhor Momento: Praticamente todas as sequências de sonhos, principalmente as impossíveis de acontecer na vida real.
  • Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge/The Dark Knight Rises (2012)
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   Esse é com certeza o filme mais trevoso do cavaleiro trevoso. Ele é tão noir (neo-noir na verdade) que tem até a Anne Hathaway de Femme Fatale, é tão noir que trabalha o jogo de silhueta na cinematografia, e é tão noir que tem um vilão monstrão cujo sempre parece estar um passo a frente do morcegão, não o Coringa (DO HEATH LEDGER) não fez o mesmo, mas é que o Bane conhece muito mais do passado do Bruce. Aqui um plot duplo twist carpado que deixa a gente com um ódio mortal da Marion Cotillard (na verdade, o Nolan me fez odiar ela, na moral, agora toda vez que vejo ela num filme, eu acho que ela vai sempre tentar ferrar com o protagonista). Agora o Batman tem um...Apache Tumbler, bem trevoso.
   Melhor Momento: Cena do avião

  • Interestelar/Interstellar (2014)

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   Esse é um daqueles filmes que se tiver passando eu vou com certeza parar o que eu estiver fazendo, porque , apesar de não ser o melhor filme do Nolan, ele tem muitos méritos. Ah, como assim, não é o melhor filme do Nolan? Interstellar tem uma mixagem de som bugada e muito diálogo desnecessário, tipo, os caras são astronautas e explicam um pro outro como um buraco de minhoca funciona com um papel e um lápis. Não precisa, vocês já são astronautas. Mas os efeitos especiais são muito bons, a trilha sonora do Hans Zimmer é esplêndida e o enredo em si é muito legal. Todas as atuações são muito boas, principalmente a da Jessica Chastain, eu acho que ela se sobressaiu muito (como sempre), e por fim, ELES ENTRAM NUM BURACO NEGRO E É MUITO LOUCO.
   Melhor Momento: O conjunto da obra do TARS, ele é de longe o personagem mais legal do filme, me lembrou o Marvin do Guia do Mochileiro das Galáxias, só que feliz.
  • Dunkirk (2017)
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   O filme mais recente do Nolan é um daqueles filmes feitos pra ganhar Oscar (já que ele é um dos "injustiçados pela Academia"): explorando o lado dos Aliados na 2a Guerra em uma batalha que mudou o rumo do confronto e não é muito visto nem propagado pela mídia. Na verdade não há muito o que falar, porque é um filme diferente de todos os outros do cineasta: curto. O filme tem menos de 2 horas de duração e é a história da espera de um resgate em massa dos Aliados que estão na praia francesa de Dunkirk mostrada em três frentes: água, terra e ar. O "Q" especial que o filme tem é com certeza o Harry Styles, porque ele passou muito das minhas expectativas (mas ele é bom nisso, também me surpreendi com The Harry Styles Album), considerando que eu achava que ele faria uma ponta, pois na verdade ele é um dos protagonistas e ele arrasa. O filme de novo é uma lástima de mixagem de som, mas a trilha sonora do Hans Zimmer salva. Considerando que eu assisti o filme numa versão que eu achei na Internet filmada dentro de uma sala de cinema com uma qualidade de 280p, eu até que consegui falar um bocado do filme.
   Melhor momento: The Sea (One Day)

   Christopher Nolan ainda tem muito a oferecer, e acredito que ainda não chegou ao seu auge, e quando chegar ele vai se tornar o próximo Scorcese, então fiquem atentos a ele pois um dia ele vai ser lembrado como um dos mestres da sétima arte.

domingo, 19 de novembro de 2017

A gourmetização do bizarro - Off The Air

Off The Air - WEEEEEEEIRD

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   Desde o começo do ano eu estou tentando terminar essa série do Adult Swim chamada Off The Air (e eu acho que isso só fortalece o que eu já sabia: séries não são pra mim) e a característica mais marcante da série é com certeza a sua bizarrice. Mas não é aquela bizarrice de "Freaks", é como se pegasse "O Incrível Mundo de Gumball" e elevasse ela à 10 potência somado (sem hipérbole alguma) com o que já foi mostrado no cinema como o efeito do LSD, pra você ver como é.
   Off The Air é constituída de 26 episódios que tem uma média de 11 minutos de duração e é um compilado de esquetes de no máximo um minuto e meio de alguma animação 3D ou 2D ou stop-motion ou simplesmente um live-action onde ALGO acontece. Não há nexo entre uma esquete e outra e também na maioria das vezes não há nexo nenhum na esquete.
   Por mais estranho e desinteressante que isso possa parecer, a série pode ser muito divertida e as trilhas sonoras que as esquetes carregam são muito boas (quase sempre terá alguma relação com o rock alternativo dos anos 2000, como Arctic Monkeys, The Strokes e The White Stripes) e é muito legal nos créditos aparecerem, tanto o nome da música, quanto o artista.
   Off The Air é o melhor exemplo da gourmetização do bizarro, apesar de não ser nem um pouco aclamada, que se iniciou mais recentemente, coincidentemente, no próprio Adult Swim e no Cartoon Network como um todo. Com desenhos mais maduros, mas que ainda assim visam os jovens adultos, como Hora de Aventura, O Segredo Além do Jardim, Apenas Um Show, Rick and Morty, Frango Robô e, é claro, Off The Air.
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MANO, MELHOR SÉRIE
   Se você chegou aqui, parabéns, você leu 3/4 do texto, então divulga a página. Porque se você chegou tão longe é porque você achou o conteúdo interessante.
   A série...não sei como avaliar a série, porque varia muito com o gosto pessoal, mas na minha concepção, é uma série boa pois entretém com a sua estranheza caricata e faz você refletir sobre...é...sobre a comunicação, pois...faz você refletir...como ela é...como ela pode ser subjetiva em relação ao que se entende como comunicação...e...ah, sei lá, assiste lá e tome as suas próprias conclusões. Detalhe, tem todos os episódios completos no YouTube, se divirtam.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Cinema em Choque 2: Crise no Zentropa - Até onde vai parar?

Crise no Zentropa

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   2017 está sendo um ano deveras trágico para a indústria cinematográfica. Principalmente nesses últimos meses com as ultrajantes alegações de assédio sexual e estupro de homens poderosos na indústria, começando pelo grande produtor Harvey Weinstein (inclusive fiz um post sobre o caso: http://contraplongeereviews.blogspot.com.br/2017/10/hollywood-em-choque-industria.html).
   Estes casos isolados de assédio foram sem dúvida chocantes para todos, mas até parecem fichinha comparado ao que aconteceu nesta semana. Nove ex-funcionárias de um fucking estúdio denunciou a "toxicidade" do ambiente que era trabalhar lá. A questão é, e isso pode parecer chocante no início mas depois vocês vão ver que não é tão surpreendente assim, que estúdio é esse? Zentropa: o maior estúdio da Dinamarca, e quando se fala de cinema dinamarquês a primeira coisa que se vem a cabeça é Lars von Trier. Isso mesmo, o estúdio que produziu praticamente todos os filmes do Lars von Trier, um dos cineastas mais misóginos de toda a história (e que ele é inclusive o co-fundador do estúdio), está sendo investigado pelas autoridades dinamarquesas por assédio sexual, grande parte contra o CEO Peter Aalbæk Jensen. E a Bjork tá como?
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   A única coisa que eu não entendi nisso tudo é que o estúdio já produziu filmes da Suzanne Bier, que é uma das diretoras mulheres mais influentes de todo o globo e um ícone do feminismo no cinema, e o mais próximo que ela fez de denunciar o estúdio foi dizer em uma entrevista após ela ter recebido o seu Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por "In a Better World" que ela "não era tratada pelo mesmo nível de respeito que dos colegas homens". Se ela tinha influência pra acabar com a carreira dos amiguinhos do von Trier, por que ela não denunciou o estúdio? E outra, por que ela ainda não se pronunciou sobre o caso?
   O mais absurdo nisso tudo é que a produtora do estúdio explicou, defendendo o Zentropa, que tudo aquilo que estava sendo considerado pelas ex-funcionárias como assédio sexual e bullying eram na verdade parte da cultura da empresa. QUE RIDÍCULO, ainda mais na Escandinávia, que possui uma fama de "prafrentex" mas que tem uma cultura muito respeitosa e igualitária.
   Enfim, é isso. Se você gostou do texto e/ou acha que tem alguma relevância, compartilhe-o, divulgue o blog e me sigam no Twitter (@kubricksagenius) e no Instagram (plongeecontra).

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

God Of Love - Review

God of Love - Review

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   "You can't control who you love, you can't control who loves you, you can't control how it happens or why it happens, you can't control any of this stuff". These are the first lines of the 2010 Academy Award winner for Best Live Action Short Film. I firstly saw it two months ago when I was supposed to write the screenplay of a short film me and some of my friends were organizing to a Inter-school festival (it wasn't even shot, so this doesn't matter anymore), but I didn't know how should I write, so I started watching some good short films. The thing is that I thought this film really interesting because was one of the only features that has this Allen-groovy-jazzy-campy style, so why not to make an intimate analyze of it now? (it's because I'm currently working on a post about Christopher Nolan filmography that will probably go out on Friday).
   God of Love is a 2010 short film written, directed and starredby the NYU Graduate student Luke Mattheny, and it's about the lounge singer Raymond Goodfellow who passed the whole year praying for god to the affection of his fellow bandmate, Kelly, who is in love with Raymond's best friend, Fozzy, but he actually doesn't give too much attention to her and often rejects her, principally due to Raymond's feeling on Kelly. One day he receives a box full of "love darts" and the rest is history, go watch yourself because it's much more unexpectable than it seems to be.
   As I said, this movie is campy (for those who don't know, campy means exaggerated, theatrical, like some Tarantino movies, but these ones I love), there are some shots that are just phony, and due to the whole atmosphere the black and white cinematography of a Red One camera and the eclectic score constructs over the short, they even look charming. A-M-A-Z-I-N-G, I usually don't get so excited with these things, actually I see these stuff and just think "Ugh, another of those Wes Anderson burlesquism?" (Great, I invented a new word. Also, I'm kidding, I love Anderson, I just get tired too soon of some who want to drink from the same source of him. People, don't try to copy what's perfect, you'll fail).
   Mattheny showed himself as great writer, I aspire to be a screenplayer (only on my free time), always taking inspiration from Allen, Sorkin and Linklater, and I noticed on this short film that Mattheny also likes writing this everyday dialogues, because they show how real the characters on scene are. I could visualize myself as Fozzy sometimes (the often grumpy sidekick who just wants the best for his friends, even if this means rejecting the love he receives), because this is cool, see that that person really exists, that they are multi-dimensional.
   Another virtue of the movie is the originality of the plot. I don't know if someone else could imagine a short film about a contemporary cupid who has to live with the frustation of an unrequited love. It's simple, but so much can developed from this, and Mattheny explores it from the best way possible.
   God of Love is funny, campy, stylish, remarkable, identifiable and unexpectable. What a great short film.