12 Anos de Escravidão - Como a calma pode transmitir tensão
"12 Anos de Escravidão" e estrelado por Steve McQueen e estrelado por Chiwetel Ejiofot, Lupita Nyong'o, Michael Fassbender, Brad Pitt, Benedict Cumberbatch e Paul Dano. O longa retrata o drama verídico de Solomon Northup, um violinista negro e livre do norte dos EUA durante o período escravocrata que é sequestrado e escravizado como se fosse um escravo fugitivo da Georgia durante 12 anos. Nesse período ele experiencia novamente todo tipo o tipo de angústia da qual ele havia sido liberto.
Esse filme não tem pressa, tudo leva o seu tempo. O protagonista levou 12 anos para se libertar, então por que correr com o enredo? O resultado do ritmo lento são momentos onde a crueza de uma cena é estendida apenas para causar inquietude no espectador.
Um ótimo exemplo é na cena em que o protagonista está com a corda no pescoço (literalmente) e precisa ficar na ponta dos pés para não se asfixiar enquanto a câmera fica distante estática, capturando um plano aberto que indica como o protagonista não tem nada a fazer senão esperar alguém o ajudar. Tudo isso apenas com o som ambiente, cujos sons que o espectador ouve com maior clareza são os engasgos do protagonista.
"12 Anos de Escravidão" também apresenta conquistas excepcionais na área da maquiagem. Principalmente as cicatrizes abertas com chicote. A direção de arte também tem o seu apreço: toda a arquitetura da casa grande, assim como sua decoração interna, foram bem pensadas para criar um claro contraste com a atmosfera claustrofóbica das senzalas. Com relação à direção de fotografia, a mesma é muito inteligente, prioriza a cor verde e apresenta enquadramentos amplos para demonstrar toda a desolação daquele ambiente desumano e nefasto.
Ainda assim, o roteiro, para mim, é o ponto mais forte do longa. Pois mostra um lado muito interessante do período escravocrata norte-americano. Por um lado, ele mostra o quanto os escravizados não eram passivos em relação à situação em que viviam, ainda que em alguns momentos tivessem lapsos de resignação. Por outro, é visível o fato de construírem um personagem branco como o "redentor" destas situações. Mesmo que realmente tenha havido abolicionistas brancos importantes na história, nem sempre os escravizados dependeram dessa bondade para conquistar sua liberdade.
Ainda assim, o roteiro, para mim, é o ponto mais forte do longa. Pois mostra um lado muito interessante do período escravocrata norte-americano. Por um lado, ele mostra o quanto os escravizados não eram passivos em relação à situação em que viviam, ainda que em alguns momentos tivessem lapsos de resignação. Por outro, é visível o fato de construírem um personagem branco como o "redentor" destas situações. Mesmo que realmente tenha havido abolicionistas brancos importantes na história, nem sempre os escravizados dependeram dessa bondade para conquistar sua liberdade.
Sobre as performances, todos estão bem. Chiwetel Ejiofor está em sua melhor forma e nos dá a dua melhor atuação como um escravo inconformado pelo descaso de sua situação mas que aos poucos vai perdendo a esperança, ao mesmo tempo que vai aceitando a sua condição. A Lupita Nyong'o também está fantástica ao conseguir dosar muito bem entre a dor de sua personagem com o seu comportamento rebelde. Michael Fassbender está assustador (como sempre) pois, mesmo o seu personagem sendo um pouco caricato como "O Vilão", ele faz um ótimo antagonista. O Paul Dano está desprezível, e isso é bom. Ele é muito om em fazer isso, como pudemos ver em "Sangue Negro". O Benedict Cumberbatch não é nada demais, mas seu personagem é relativamente importante para a trama. Já o Brad Pitt não ajuda em nada. Mesmo não fazendo uma má atuação, ele está lá apenas para encher linguiça, chegando a ser quase gritante o fato de ele apenas estar lá por ser o produtor do filme.
"12 Anos de Escravidão" é pesado, tenso, cruel. Mas vale a pena ser assistido. Não só pelas qualidades técnicas, mas pela história em si, que é desconhecida por muitos apesar de ser muito interessante. 9,7/10.
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