segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Castelo no Céu - Crítica (análise)

Castelo no Céu - Miyasaki Gênio

   Castelo no Céu é uma das animações mais célebres do grande animador japonês Hayao Miyasaki. O longa de 1986 conta a história de Sheeta, uma jovem que está sendo perseguida por piratas aéreos e pelo exército por ter um amuleto que tem poderes mágicos capazes de destruir uma enorme área e encontrar a cidade perdida Laputa que se tornou uma lenda. Para escapar de ambas as ameaças e encontrar Laputa, a jovem tem a ajuda de Pazu, orfão de um mineiro que já avistou Laputa.
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   Novamente, Miyasaki emociona o espectador com um mundo incrivelmente imersivo composta por paisagens surreais, com uma trilha sonora orquestral de Joe Hisaishi que dita o tom da trama com uma contradição sutil e melodias repetidas em variações magníficas, e com um drama tocante dos protagonistas. Mais uma vez Miyasaki se apropria de suas marcas registradas e realiza outra das melhores animações já feitas (Estúdio Ghibli rainha, Disney Pixar nadinha).
   Eu estou pensando em não fazer a crítica desse filme, apenas uma análise, porque realmente essa animação, assim como qualquer outra do Miyasaki, é esplêndida, não há muito o que falar dela senão isso, é esplêndida, então se você estiver lendo esse parágrafo, é porque eu não vou fazer crítica, apenas uma análise.
   Começando pelo trabalho de vozes dos atores: eu infelizmente vi o filme através de um site que não disponibilizava algumas falas, apenas as legendas, e lá mais pra frente do filme, não havia mais as legendas e apenas as falas em japonês (idioma do qual eu não sei quase nada), então esse elemento foi particularmente problemático pra mim, mas de forma alguma isso danifica a experiência. O trabalho de vozes é muito bom, tem sempre aquelas gemidinhas que representam exclamação, bastante notável em animações japonesas, aqui não há muito o que falar.
   Sobre o roteiro, a história é originalíssima (não esperava menos do Miyasaki) e os diálogos podem ser um pouco expositivos demais (estou falando do que eu li nas legendas, não do que eu ouvi, mas eu estou levando em conta isso porque só as falas não tem muito nexo sem as legendas. Deu pra entender?), mas eu acho que a cinematografia (agora eu fiquei em dúvida se pode usar o termo cinematografia em animações, senão eu falar planos de fundo, paleta de cores, sei lá) equilibra um pouco isso em termos de "me mostre, não me fale".
   Eu vou falar de novo da "cinematografia", apesar de ter dito agorinha, que é com certeza uma das maiores virtudes da animação. Semelhante a outra maravilhosa obra de Miyasaki, "Nausicaa do Vale do Vento", aqui se usa um sombreamento nos fundos, dando um aspecto tridimensional muito bonito pra planos em que a natureza é o protagonista, e pras nuvens, principalmente (imagem abaixo).
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Percebeu o sombreado? Não dá um aspecto tridimensional? Então!
   Por fim, mas ABSOLUTAMENTE não menos importante, a trilha sonora e os efeitos sonoros são coisa de outro mundo, talvez o que realmente faz com que o filme se torne imersivo desse jeito, mesmo pra mim, que só tava usando um lado do fone.
   O conjunto da obra no entanto sugere algo muito steampunk. Não que isso seja algo negativo, eu adoro o estilo steampunk (que está novamente presente em outro filme do mestre japonês "Nausicaa do Vale do Vento"), e inclusive isso deixa o universo ainda mais rico, quase que mostrando uma outra dimensão bastante distópica, mas em qualquer lugar que não seja o Japão, vocês já sabem como eu classifico isso né? Como ESPLÊNDIDO.
   Enfim, assistam Castelo no Céu porque este não é apenas um filme para os amantes de animação japonesa ou fãs do Miyasaki, este é um filme pra qualquer espectador, qualquer um que goste de cinema e de histórias esplêndidas. Voltei atrás, isso é uma crítica, mas não deixa de ser uma análise. 9,5/10

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Expectations for Murder on the Orient Express

Expectations for Murder on the Orient Express

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   Kenneth Branagh is pretty similar to another great filmmaker: Baz Luhrmann. All their films have an ensemble cast, a plot constructed over another art pieces or historical facts and and have great achievements on art desing, costume design and original score. I know what to expect on this film. However, I'm a bit worried of what he's going to do with Agatha Christie's bestseller. Right now I'm reading a text full of spoilers from the film because I'm not curious enough to watch it, only if my friends invite me to watch with them, and maybe my behavior as interlocutor may totally change as this text is written, therefore, I'll try to be careful on writing down my impressions and expectations without exploiting you, so I'm already saying "sorry" if I leak any plot point. Alright, let's begin
   Murder on the Orient Express is a Kenneth Branagh (Harry Potter and the Chamber of Secrets, Cinderella, Hamlet) film about Agatha Christie's namesake novel. Hercule Poirot (Branagh) is trying to solve a murder on the Orient Express (duh??) before the killer strikes again. Apparently, he's adapting too much the original story. According to him "I was pleased to find out anecdotally that more people claim they read this book and know what the ending was than reads... 'Oh yeah, what was it?' And then they couldn't remember. I read a lot of crime fiction, and I often forget who did it shortly afterwards - so I like to reread things. You wouldn't be surprised: I like to go back to classic stories.".
   What I mean is that he's going to change some things to turn the story a bit more self-explicative. This can sound more optimistic for some spectators, but Agatha Christie's fans might leave the theatres disappointed because he decided to switch characters from different stories (e.g.: some of the key players in the story have been changed [...] the decision was made not to include the hyper talkative Greta Ohlsson, but instead feature Penelope Cruz as Pilar Estravados -- a character actually created by Agatha Christie for her 1939 novel Hercule Poirot's Christmas).
   Although he's very notable for his adaptations, this doesn't give him freedom to mess up with one of the most famous stories of the 20th Century. Adapting is making a relecture of an art piece, not taking an old story, constructing a new thing over it and inserting the old story's title again. Branagh is wrong. Don't watch Murder on the Express Orient, you, Agatha Christie's fan, you'll be disappointed.

Bibliography

https://www.cinemablend.com/news/1723679/how-kenneth-branagh-felt-about-making-changes-to-agatha-christies-murder-on-the-orient-express

domingo, 5 de novembro de 2017

Gabriel e a Montanha - Crítica

Gabriel e a Montanha - Takipariu, que filme

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   Gabriel e a Montanha é o mais novo filme nacional premiado internacionalmente. Adivinha aonde? CANNES. O filme ganhou o prêmio de Revelação da Semana na última Semana da Crítica de Cannes. O júri foi presidido pelo também brasileiro e também reconhecido por Cannes, Kléber Mendonça Filho (Aquarius, O Som ao Redor). Eu não botava muita fé nesse filme porque pelo título parecia mais uma daquela dramédias argentinas estreladas pelo Ricardo Darín, aí apareceu como propaganda do YouTube e dei uma chance e não me arrependi.
   Gabriel e a Montanha, dirigido e roteirizado por Felipe Gamarano Barbosa e estrelado por  João Pedro Zappa e Carol Abras, é baseada na história real de Gabriel Buchmann, um economista que entrou na lista de espera de uma universidade prestigiada da Califórnia e decide viajar o mundo observando a educação de vilarejos humildes enquanto que escala montanhas, e numa escalada no monte Sapitwa no Malauí ele vai sem o guia, se perde e morre de hipotermia (uma história bastante semelhante à apresentada no "Na Natureza Selvagem").
   Aqui é apresentado um dos filmes mais dinâmicos dos últimos anos no Brasil, a cinematografia é muito criativa, com câmera tremida em uma dose perfeita e um roteiro inteligente cheio de diálogos corriqueiros muito reais (parecido com o que? Ahn? Ahn? Trilogia Before, que inclusive já fiz post só sobre ela: Trilogia Before), apesar de no fim ele cair na roubada de um drama muito exagerado na hora da morte do personagem, mas essa observação pode parecer bastante insensível. Esse roteiro, casado com atuações impressionantes, uma trilha sonora que varia entre músicas típicas da África e algo no estilo John Carpenter (em outras palavras, estilo tema de abertura de Stranger Things), resultando em pura cacofonia, e uma inovadora narração e participação de pessoas que na vida real conviveram com o Gabriel, faz com que o produto final seja quase que um documentário, inclusive com momentos onde personagens olham para a câmera. Nada surpreendente de um diretor de um bom documentário (Gamarano também dirigiu o documentário "Laura") e um amigo da adolescência de Gabriel.
   A fotografia demonstra a crueza e a hostilidade de uma savana sem precedentes, fria, com uma vegetação rasteira mais esverdeada, mas às vezes bastante preguiçosa quando juntada à montagem, como quando uma personagem diz que está escurecendo, mas em seguida são apresentados cortes onde a iluminação parece mais clara, enquanto que havia um jeito simples de consertar isso caso a razão desse defeito fosse a falta de autorização para filmar de noite: Noite Americana.
   As atuações são talvez a segunda maior virtude do filme (depois do roteiro), Zappa traz no jeito mais humano possível a teimosia e a loucura de Buchmann, que era aquele cara good vibes meio loucão e muitas vezes imprudente, o que deixa o espectador ainda mais triste pensando "putz, que cara legal, sério que ele vai fazer isso? Mano, como que vai ficar esse povo agora?", enquanto que Abras realmente rouba a cena em alguns momentos, ela é muita expressiva mesmo sem falar, uma cena muito marcante é quando não dá tempo para ela andar de elefante na Tanzânia, aí corta pra uma cena do casal no ônibus e o mais evidente nesse plano é a frustração na cara dela, e nenhuma palavra sequer teve de ser dita, ou numa briga de casal, também num ônibus, em que ela fica profundamente brava com Gabriel e a essa raiva podia ser simplesmente transmitida pelo olhar dela, como no frame abaixo.
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   Aqui não é preciso metáforas de direção nem subjetividades do gênero. Gabriel e a Montanha é um filme tocante, dinâmico, inteligente e, como disse o crítico do Le Nouve Observateur, "Depois desse filme, você nunca vai viajar como antes".
   Existe um grau em que um filme atinge onde eu não consigo nem dar nota, que é quando eu tento assistir o filme como crítico, mas acabo como resenhista, apenas recomendando o filme ou não, sem dar nota. Gabriel e a Montanha chegou nesse grau, não é à toa que este virou um dos mais elogiados do ano. Recomendo muito esse filme, que acaba de entrar em cartaz nos cinemas brasileiros.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

The Apartment - Review-wise

The Apartment or "How to write a terrific-wise screenplay"


Se Meu Apartamento Falasse Poster

Introduction

   Billy Wilder was a genius of screenwriting, everybody knows that, It's a plasure to me to write a review about one of his greatest successes, The Apartment.

   Review

   The Apartment, written anddirected by Billy Wilder and starred by such stars like Jack Lemmon and Shirley MacLaine, is about CC Baxter, a regular office worker that lives in a cozy apartment which he not always can go in. The reason? Four of his superiors uses it for trysts, and once he's promoted for providing such pleasures, his boss decides to look after what's CC "Buddy-boy" Baxter's secret. One more time Wilder presents us a gripping premise with a heavy subtext about ethics that makes us totally focus on that 100% original story to see what happens next. But different from other pictures like "Some Like It Hot" (also starred by Jack Lemmon), this feature has a more dramatic tone, differing from the hilarious comedy I just quoted or a huge thriller like "Double Indemnity", showing Wilder's great eclecticism.
   I don't why, and I don't think I shouldn't, I felt so empathy with the protagonist, who's always suffering of head-aches due to the mess that the guests leaves behind, the nights he just can't enter on his own apartment, the neighbors who sees you as THE womanizer that don't let the others sleep with loud music and giggling hummings. Maybe because Wilder created one of the MOST HUMAN characters of all time, I can see that, although is almost impossible someone in real life give the keys of his own apartment for a colleague to rise on the company, there is some CC Baxters in the planet.
Divulgação
Come on, how can't you recognize yourself with this frame? I named it "me on Mondays"
   Anyway, technically speaking, the cinematography of "The Apartment" is noir-wise (hehehe, this was a reference), with several scenes where there is a great contrast between light and shadows, I bet that if this movie was filmed in technicolor, the art design would probably invest on satured colors, because nothing could evidence more the inspiration that Wilder got from Ed Hopper's paintings (cinephilia is also culture). I don't know if the problem was with my headset, but I thought the sound of the picture was too low, could you please watch it at home and then write below on the comments what you think about the sound design of the film? But remember, "this is a respectable house, not a honky-tonky. Come on, Oscar" (yeah, this is one of the dozens of memorable quotes this picture has), about the editing, it was OK.
   All the actings were amazing, Jack Lemmon has a great commical timming although this is a drama, MacLaine is so sweet on this movie, but we can all see the melancholy of a broken heart on her eyes, Fred MacMurray makes a hateful antagonist that constantly threatens the protagonist and uses his physical shaape as a helper for this and guess what, he pissed me off, congratulations, you did well your job.
   The screenlay is full of brilliant dialogues such as:
CC Baxter - "Your mirror is broken"
Mrs. Kubelik - "Yes, I know. I like it this way. Makes me look the way I feel"
Brilliant, right, no surprise it won an Academy Award.

   "The Apartment" is romantic, gripping, beautiful, brilliant and is special because is one of the single exceptions of films whose title translation in Portuguese is more interesting than the original one "Se Meu Apartamento Falasse", explendid and practically flawless, 10 out of 10.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Top 5 Chaplin

Top 5 Melhores filmes de Charlie Chaplin 


   Charlie Chaplin foi indiscutilvelmente o maior artista da primeira metade do séc. XX. Ele produziu, dirigiu, escreveu e estrelou diversos filmes, mas quais são os melhores? Eu selecionei 5 longa-metragens do cineasta onde há uma harmonia angelical entre direção, roteiro, atuação, efeitos visuais e especiais, e trilha sonora.
  • O Grande Ditador (1940)
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   Chaplin foi muito corajoso, digo isso pois este, que é o melhor filme, fala sobre um ditador tirano de um país europeu que perdeu a Primeira Guerra Mundial e decide invadir diversos países europeus enquanto ganha a simpatia do povo com discursos fáceis de ódio sobre a busca de um lugar onde há somente homens puros, arianos, promovendo a caça aos judeus. Isto soa tão familiar, certo? Enfim, este é um exemplo perfeito de equilíbrio entre drama e comédia. A atuação e o trabalho de voz de Chaplin é soberbo, se for considerado que este foi o seu primeiro filme falado e ele de cara conseguiu inventar uma variação de alemão para o seu personagem. Apesar de todas essas virtudes, no fim há algo semelhante a um Deus Ex Machina, o que tira um pouco do brilho do roteiro, mas ele se redime logo depois como um dos mais memoráveis momentos do cinema, o monólogo do ditador que é, ao mesmo tempo, uma aula de atuação e também uma aula sobre humanidade.

  • Tempos Modernos (1936)
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   Este é com certeza o filme que mais é passado em aulas de ciências humanas, o que faz dele provavelmente o mais famoso filme do Chaplin. Timing cômico perfeito, o melhor papel do  TRAMP (Carlitos), premissa simples e uma crítica ao fordismo ao mesmo tempo em que é uma aula sobre a Revolução industrial. Mais uma vez sendo apresentada para o mundo cinematográfico uma das cenas mais memoráveis de todas: Carlitos passando pelas engrenagens. O filme só peca em um detalhe: a atuação da personagem da menina órfã. Ela pode até ter a sua importância narrativa, mas isso não impede atuação não convincente da atriz.

  • Em Busca de Ouro (1925)
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   O melhor filme em termos de design de arte e figurino. Uma ótima representação do Alaska/Yukon no séc. XIX. Com coadjuvantes mais desenvolvidos e ótimos plot points, deixando clara a bonita mensagem que el quer transmitir, Em Busca de Ouro tem um dos melhores roteiros do cinema mudo e a cena mais animada do cinema. Se você não sorrir sequência de dois minutos de Carlitos fazendo as batatas "dançarem" para expressar a felicidade em conhecer novos amigos, assim como o final feliz do filme, você tem um coração muito frio. Ainda com um ótimo uso de efeitos especiais, este longa foi um marco na carreira de Chaplin.
  • Luzes da Cidade (1931)
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   A história é muita bonita. Só, assista e tire as suas próprias conclusões. A única razão deste filme não estar em uma posição mais favorável é porque a trilha sonora aqui está longe de ser uma das mais importantes, e na época, a trilha sonora era um dos principais indicadores do rumo da trama.
  • O Circo (1928)
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   HILÁRIO. Esse filme é muito engraçado. O humor físico aqui é muito acentuado e certeiro, principalmente porque aqui o TRAMP faz papel de palhaço. Mas a história é muito blasé, e a conclusão que o filme dá é bem café com leite. Mas isso não faz com que este seja imperdível, com uma trilha sonora que encaixa perfeitamente com os movimentos do protagonista (técnica chamada de mickey mousing que foi usada mais recentemente em Baby Driver, que eu inclusive escrevi crítica, confira: http://aspirantcinefilebrazil.blogspot.com.br/2017/08/baby-driver-is-it-best-of-edgar-wright.html).

   Independente da qualidade destes filmes, todos foram produzidas com uma genialidade indiscutível de Charlie Chaplin e recomendo que você assista a todos. Peço perdão pelo atraso de um dia. E muito obrigado para aqueles que chegaram até aqui. Divulgue a página e me sigam no twitter (@kubricksagenius) pois eu mando o link dos últiimos posts logo que publico eles.

domingo, 29 de outubro de 2017

O Homem Elefante - O filme menos lyncheano do Lynch

O Homem Elefante - Crítica

   O Homem Elefante é um filme de 1980 dirigido por David Lynch (LOKASSO) e estrelado por John Hurt e Anthony Hopkins. É um dos maiores retratos de superação e solidariedade já apresentados na grande tela. O longa conta a história (baseada em fatos reais) de John Merrick, um homem com uma séria deformidade por todo o corpo que era parte de um show de horrores e foi resgatado pelo médico Trieves.
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   Este é provavelmente o maior sucesso popular do Lynch e também o filme onde sua marca registrada (o surrealismo, e às vezes simplesmente algo abstrato, exagerado) está menos presente. É claro que este continua sendo muito perturbador, inclusive a minha mãe assistiu a uma cena em específico e ela ficou pasmamente (essa palavra existe? Tá com aquela linhazinha vermelha embaixo, em todo caso vou deixar porque representa perfeitamente o que eu quero dizer)  enojada, chega a lembrar o horror cult "Freaks" de 1932.
   O Mise en scène é impecável, aliás, o filme é perfeito, tecnicamente, a direção de arte e figurino são autênticos bonitos, as atuações são maravilhosas, principalmente a do John Hurt como Merrick que é emocionante, a fotografia em preto e branco (sim, não foi só Touro Indomável que desenterrou o preto e branco pra dar um tom mais elegante para um filme de 1980) e a iluminação fraca traz à tona uma Londres do séc. XIX sombria e desconvidativa, o roteiro é bem escrito, de modo que vemos inicialmente o personagem de Merrick como um ser apático e uma simples aberração por si só, sem nenhum caráter ou identidade e aos poucos ele vai criando carisma até que em certos pontos da trama ele possa até fazer o espectador se emocionar e se esquecer de sua afeição, além de desejá-lo a sua presença nas cenas em que ele não está. Por fim mas não menos importante, talvez o mais importante, a maquiagem deste filme é uma das mais bem-feitas de todo o cinema e, com certeza, à frente de seu tempo.
   O filme funciona muito bem como um drama, mas ele tem um ar de suspense, inclusive, só vemos o rosto do personagem principal após a primeira meia hora, o que agoniza o espectador por não saber o que está para vir apesar das reações dos outros personagens, que são bem convincentes aliás. O que mais impressiona a direção do Lynch é que você não consegue ver ninguém mais dirigindo aquela bagaça senão ele. Eu, pessoalmente, não sou um grande fã dele, mas nesse filme ele se supera apesar deste ser um dos primeiros filmes dele.
   O Homem Elefante é emocionante, magnífico e perfeito tecnicamente. Nota 10 (e o Lynch por si só merecia ponto extra porque, honestamente, nem parece que foi obra dele devido a COERÊNCIA apresentada, coisa que falta na maioria dos filmes dele).

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Filmes melhores que Proerd

Filmes melhores que Proerd

Proerd, é o programa
Proerd, é a solução
Lutando contra as drogas
Ensinando a dizer não.

   Eu fiz Proerd com 8 anos e adivinhem, foi legal e muito útil (crianças, façam Proerd, fiquem longe das dorgas). O problema é que depois de um tempo, Proerd parece bem inútil. Por que? PORQUE PROERD É PRA CRIANÇA, quando chega na adolescência você fica retardado e acha que tudo é Topper (puta gíria bosta, aliás. Nem sei porque eu uso, acho que porque eu sou adolescente), inclusive dorgas (NÃO SÃO TODOS QUE ACHAM ISSO, MAS MUITOS SÃO ASSIM). Enfim, tem vários jeitos de ainda assim, na adolescência, ficar longe de coisa ruim, seja os seus pais te aconselhando, seja ficando longe das más influências, seja naturalmente (Ah...como assim? Tipo eu, que tenho síndrome de cimitarra, ou seja, eu tenho um pulmão bem menor que o outro. Se eu fumo qualquer coisa eu morro, aí eu já tenho na minha consciência que drogas me matam bem fácil). Mas um jeito TOPPER  de ficar longes de drogas são filmes. Filmes depressivos sobre como a vida com drogas é uma porra. Eis que são eles:

  • Trainspotting (1996)
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   O cultzera, queridinho da galera é com certeza o melhor filme escocês da história. O segundo filme do Danny Boyle (Quem Quer Ser Um Milionário, 127 Horas e a abertura das Olímpiadas de Londres em 2012) se trata sobre um grupo de amigos viciados em heroína e adivinha. A vida deles é uma porra. Você, menina que acha que drogas e bebida é legal, assista esse filme pra ver o que é um recém-nascido morto por descuido. Então escolham vida.

  • Requiem for a Dream (2000)
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   O filme mais triste que eu já ouvi (MANO, EU SOU MUITO BURRO, FILME VOCÊ ASSISTE, NÃO OUVE) até hoje. O segundo longa do Darren Aronofsky (Cisne Negro, Mãe!) fala sobre um bando de fudido nas drogas. O elenco é sensacional: Jared Leto, Jennifer Connely, Ellen Burstyn e o carinha das Branquelas que eu não sei o nome. O diferencial desse filme é com certeza a montagem. O Hip Hop Montage, criado pelo próprio Aronofsky, é quase que epiléptico. Imagina dezenas imagens com o mesmo significado com um contraste absurdo de cores e todas elas passando no mesmo segundo, isso é o Hip Hop Montage. Meninas, novamente (vou estereotipar agora), não tomem pílulas para emagrecer, senão vocês vão ficar loucas e precisar de lobotomia. Meninos, não usem heroína se o seu braço tiver todo ferrado, na verdade, não usem heroína nem qualquer tipo de droga.

  • Pulp Fiction (1994)
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   Não podia faltar Tarantino (dispensa apresentações). O segundo longa do Taranta foi produzido por Harvey Weinstein (que inclusive escrevi sobre o caso http://aspirantcinefilebrazil.blogspot.com.br/2017/10/hollywood-em-choque-industria.html) fala sobre drogas em geral e o que aquilo proporciona mas de um jeito engraçado, jocoso. Na verdade eu acho que eu só vou recomendar esse filme mesmo porque de cena pesada aqui só tem a da Uma Thurman tendo uma overdose.
  • Basketball Diaries
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   Leo diCaprio rumo ao auge, Mark Whalberg no início da carreira e MUITA heroína. O que pode dar errado? É a mesma coisa do Trainspotting, mas o personagem é um garoto até que normalzinho, pratica esporte e tudo mais, mas é a tal da pressão dos adultos sobre as crianças. Então pais: seus filhos são maravilhosos. E filhos: não usem drogas.

   Assistam a todos esses filmes pra ficarem longe das drogas (ou não, simplesmente assistam por assistir, por diversão, todos estes são ótimos filmes, tecnicamente falando) porque, como drogas tem uma consequência boa a curtíssimo prazo, mas o resto da sua vida vai ser um lixo depois disso. Então é isso. Como vocês já devem ter percebido, eu não sei encerrar os textos com alguma frase de efeito ou alguma coisa assim, então eu só vou desejar a vocês uma semana muito Topper ou então deixem nos comentários alguma sugestão de frase de efeito para por no final. Se você chegou até aqui é porque tem muita paciência, então não vai afetar em nada no seu dia você divulgar esse blog para quem você conhece e acha que vai gostar daqui (despreze a Teoria do Caos, ela não vem ao caso aqui).

Agradecimentos especiais: Leão do Proerd