sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Cinema em Choque 2: Crise no Zentropa - Até onde vai parar?

Crise no Zentropa

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   2017 está sendo um ano deveras trágico para a indústria cinematográfica. Principalmente nesses últimos meses com as ultrajantes alegações de assédio sexual e estupro de homens poderosos na indústria, começando pelo grande produtor Harvey Weinstein (inclusive fiz um post sobre o caso: http://contraplongeereviews.blogspot.com.br/2017/10/hollywood-em-choque-industria.html).
   Estes casos isolados de assédio foram sem dúvida chocantes para todos, mas até parecem fichinha comparado ao que aconteceu nesta semana. Nove ex-funcionárias de um fucking estúdio denunciou a "toxicidade" do ambiente que era trabalhar lá. A questão é, e isso pode parecer chocante no início mas depois vocês vão ver que não é tão surpreendente assim, que estúdio é esse? Zentropa: o maior estúdio da Dinamarca, e quando se fala de cinema dinamarquês a primeira coisa que se vem a cabeça é Lars von Trier. Isso mesmo, o estúdio que produziu praticamente todos os filmes do Lars von Trier, um dos cineastas mais misóginos de toda a história (e que ele é inclusive o co-fundador do estúdio), está sendo investigado pelas autoridades dinamarquesas por assédio sexual, grande parte contra o CEO Peter Aalbæk Jensen. E a Bjork tá como?
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   A única coisa que eu não entendi nisso tudo é que o estúdio já produziu filmes da Suzanne Bier, que é uma das diretoras mulheres mais influentes de todo o globo e um ícone do feminismo no cinema, e o mais próximo que ela fez de denunciar o estúdio foi dizer em uma entrevista após ela ter recebido o seu Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por "In a Better World" que ela "não era tratada pelo mesmo nível de respeito que dos colegas homens". Se ela tinha influência pra acabar com a carreira dos amiguinhos do von Trier, por que ela não denunciou o estúdio? E outra, por que ela ainda não se pronunciou sobre o caso?
   O mais absurdo nisso tudo é que a produtora do estúdio explicou, defendendo o Zentropa, que tudo aquilo que estava sendo considerado pelas ex-funcionárias como assédio sexual e bullying eram na verdade parte da cultura da empresa. QUE RIDÍCULO, ainda mais na Escandinávia, que possui uma fama de "prafrentex" mas que tem uma cultura muito respeitosa e igualitária.
   Enfim, é isso. Se você gostou do texto e/ou acha que tem alguma relevância, compartilhe-o, divulgue o blog e me sigam no Twitter (@kubricksagenius) e no Instagram (plongeecontra).

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